O turismo é um dos setores que mais cresce no mundo, sendo que o turismo
ativo é uma das suas categorias de crescimento mais rápido. Cada vez mais os
países em todas as fases do desenvolvimento económico, estão a dar prioridade
a este tipo de turismo para o crescimento do mercado, reconhecendo o seu valor
ecológico, cultural e económico (UNWTO, 2014). Estas atividades desenvolvemse
num ambiente muito particular, ligando a prática desportiva a um contato
privilegiado com a natureza. No entanto, é preciso não esquecer que este tipo
de prática acarreta alguns riscos para os participantes / clientes, resultantes da
interação de vários fatores e principalmente do âmbito e natureza deste tipo de
atividades. Neste sentido, é importante investigar a forma como as empresas
especializadas na área do turismo ativo fornecem os seus serviços no mercado,
tentando identificar os parâmetros e condicionantes que determinam a qualidade
dos serviços prestados pelas mesmas, propondo a partir dai melhorias nos
processos e procedimentos.
Esta investigação está dividida em 4 estudos, onde a metodologia foi adaptada
a cada análise especifica e respetiva população.
No primeiro estudo, procedemos à adaptação e validação do Questionário HEVA
(Mediavilla, 2010), de Espanha para Portugal. Os resultados alcançados com a
análise realizada por especialistas da área e a sua aplicação a um grupo piloto,
permitiram a validação do instrumento para Portugal. Os parâmetros de
qualidade foram adaptados e são aplicáveis em absoluta equidade tanto em
Portugal como em outros Países da Europa e América Latina, de acordo com
investigações mais recentes (Mediavilla et al., 2014).
No segundo estudo pretendeu analisar-se a perceção dos empresários de
turismo ativo portugueses, relativamente aos indicadores de qualidade dos
serviços das empresas na área, procedendo-se para tal, à aplicação do já
validado questionário HEVA (Bento, 2013) a um conjunto de 183 Empresas de
Turismo Ativo Portuguesas. Procedeu-se a uma análise descritiva e inferencial
que permitiu caraterizar o perfil das empresas participantes no estudo bem como
os fatores mais e menos valorizados nos diversos domínios e parâmetros que
determinam os referidos indicadores de qualidade dos serviços. Dos resultados
obtidos destacamos o crescimento recente deste setor em Portugal, já que a maioria das empresas participantes no estudo, têm menos de 10 anos de
existência. São geridas por 1 ou 2 sócios e na sua maioria, desenvolvem a sua
atividade, durante os 12 meses do ano, apesar da sazonalidade do setor. Em
média disponibilizam até 10 atividades/produtos para o mercado, optando, a
maioria dos inquiridos, por não ter qualquer base de operação para desenvolver
a sua atividade, diversificando a sua área territorial de intervenção. Possuem nos
seus quadros de pessoal até 2 trabalhadores fixos, reforçando com trabalho
temporário de acordo com a procura de serviços. De referir ainda que 70,5% da
amostra inquirida, classifica a sua intervenção e gestão diária do negócio, na
área do Turismo. Relativamente aos parâmetros de qualidade presentes no
questionário HEVA, os empresários Portugueses destacam a importância de
comunicar ao cliente todas as características inerentes à atividade,
principalmente no que diz respeito aos aspetos de gestão e minimização do
risco. Referem ainda que a especialização dos recursos humanos é
preponderante para o sucesso da sua atividade, bem como a motivação dos
mesmos, tentando contrariar a rotatividade de pessoal.
Relativamente ao terceiro estudo, pretendemos perceber e comparar a opinião
dos empresários de turismo ativo portugueses, relativamente à opinião de outros
responsáveis, com negócios semelhantes, em contextos diferentes. Utilizando
dados de Mediavilla (2010) e do estudo dois da presente investigação,
analisámos as principais ideias dos responsáveis de Portugal, Espanha, Itália e
Costa Rica, respondentes ao questionário. Realizaram-se análises descritivas
na amostra total (N=265), de acordo com os dados disponíveis, comparando os
resultados obtidos nos diferentes países e contextos. Destacamos a maturidade
e experiência no mercado das empresas da Costa Rica, relativamente às
demais. Em média, as empresas dos diferentes países disponibilizam até 5
atividades/produtos diferenciados. Nos parâmetros de qualidade inerentes aos
seus serviços, a opinião dos responsáveis inquiridos nos 4 países, é convergente
relativamente: à formação especifica na área de intervenção, ao conhecimento
especifico dos aspetos inerentes à segurança e normas de cada serviço
produzido e ainda à implementação de sistemas e procedimentos de qualidade,
que podem ajudar a desenvolver novos produtos e serviços no mercado,
tornando mais fácil e competitiva, a adequação dos serviços à realidade de cada
empresa. Por último, no quarto estudo utilizámos uma metodologia qualitativa, através de
uma entrevista por escrito, a um grupo de 15 empresários de turismo ativo
portugueses, selecionados através do método não probabilístico-opiniático,
segundo Vallés (1997). Desta forma, e após a análise de conteúdo às respostas
obtidas, que permitiu aprofundar alguns aspetos relevantes dos estudos
anteriores e esclarecer outros, redigimos uma proposta de melhoria, de acordo
com as diferentes perceções, experiência e contexto de trabalho desta área de
negócio. Destacamos que, de acordo com os inquiridos, é urgente a
homogeneização de procedimentos e normativas relativas ao mercado do
turismo ativo, tentando seguir a uniformização já em curso em alguns países da
Europa; o desenvolvimento de modelos de formação especifica dentro do setor
e a necessidade de surgirem cada vez mais projetos e serviços adaptados ao
“Turismo Acessível”.
El turismo es uno de los sectores que más crece en el mundo, y el turismo activo
una de sus categorías de crecimiento más rápido. Cada vez más, países en
todas las fases de desarrollo económico dan prioridad a este tipo de turismo para
el crecimiento del mercado, reconociendo su valor ecológico, cultural y
económico (UNWTO, 2014). Estas actividades se desarrollan en un ambiente
muy particular, conectando la práctica deportiva a un contacto privilegiado con la
naturaleza. Todavía, es importante no olvidar que este tipo de práctica implica
algunos riesgos para los participantes/clientes, que resultan de la interacción de
varios factores y principalmente del ámbito y naturaleza de este tipo de
actividades. En ese sentido, es importante investigar la forma como las empresas
expertas en el área del turismo activo proporcionan los servicios en el mercado,
intentando identificar los parámetros y condicionantes que determinan la calidad
de los servicios prestados por las mismas, proponiendo a partir de ahí mejoras
en los procesos y procedimientos.
Esta investigación se encuentra dividida en 4 estudios, en que la metodología ha
sido adaptada a cada análisis específico y respectiva población.
En el primer estudio, hemos procedido a la adaptación y validación del
Cuestionario HEVA (Mediavilla, 2010), de España para Portugal. Los resultados
alcanzados con el análisis realizado por expertos del área y su aplicación a un
grupo piloto, han permitido la validación del instrumento para Portugal. Los
parámetros de calidad han sido adaptados y son aplicables con absoluta equidad
tanto en Portugal, como en otros países de Europa y de América Latina, de
acuerdo con investigaciones más recientes (Mediavilla et al., 2014).
En el segundo estudio se analizó la percepción de los empresarios de turismo
activo portugueses, con relación a los indicadores de calidad de los servicios de
las empresas en el área, procediendo a la aplicación del ya validado cuestionario
HEVA (Bento, 2013) a un conjunto de 183 empresas de Turismo Activo
portuguesas. Se ha procedido a un análisis descriptivo e inferencial que ha
permitido caracterizar el perfil de las empresas participantes en el estudio, así
como los factores más o menos valorados en los diversos dominios y parámetros
que determinan los referidos indicadores de calidad de los servicios. De los
resultados obtenidos destacamos el crecimiento reciente de este sector en portugal, ya que la mayoría de las empresas participantes en el estudio tienen
menos de 10 años de existencia. Son dirigidas por 1 o 2 socios y,
mayoritariamente, desarrollan su actividad durante los 12 meses del año, a pesar
de la estacionalidad del sector. En media ofrecen hasta 10 actividades/productos
para el mercado, optando, la mayoría de los encuestados, por no tener cualquier
base de operación para desarrollar su actividad, diversificando su área territorial
de intervención. Hay en sus plantillas hasta 2 trabajadores fijos, reforzando con
trabajo temporal de acuerdo con busca de servicios. Es de mencionar que 70,5%
de la muestra encuestada clasifica su intervención y administración diaria del
negocio en el área del Turismo. Con relación a los parámetros de calidad
presentes en el cuestionario HEVA, los empresarios portugueses destacan la
importancia de comunicar al cliente todas las características inherentes a la
actividad, principalmente en lo que se refiere a los aspectos de administración y
minimización del riesgo. Refieren también que la especialización de los recursos
humanos es preponderante para el éxito de su actividad, así como la motivación
de los mismos, en una tentativa de contrariar la rotación del personal.
Con relación al tercer estudio, quisimos percibir y comparar la opinión de los
empresarios de turismo activo portugueses relativamente a la opinión de otros
responsables, con negocios semejantes, en diferentes contextos. Utilizando los
datos de Mediavilla (2010) y del segundo estudio de esta investigación,
analizamos las principales ideas de los responsables de Portugal, España, Italia
y Costa Rica, que contestaron al cuestionario. Se realizaron análisis descriptivos
en la muestra total (N=265), de acuerdo con los datos disponibles, comparando
los resultados obtenidos en los diversos países y contextos. Destacamos la
madurez en el mercado de las empresas de Costa Rica, con relación a las
demás. En media, las empresas de los diversos países ofrecen hasta 5
actividades/productos diferenciados. En los parámetros de calidad inherentes a
sus servicios, la opinión de los responsables encuestados en los 4 países es
convergente relativamente: a la formación específica en el área de intervención,
al conocimiento específico de los aspectos inherentes a la seguridad y normas
de cada servicio producido y también a la implementación de sistemas y
procedimientos de calidad, que pueden ayudar a desarrollar nuevos productos y
servicios en el mercado, haciendo más fácil y competitiva la adecuación de los
servicios a la realidad de cada empresa. Finalmente, en el cuarto estudio, utilizamos una metodología cualitativa, a través
de una entrevista por escrito a un grupo de 15 empresarios de turismo activo
portugueses, seleccionados a través del muestreo no probabilístico opinático,
según Valles (1997). De este modo, y tras el análisis de contenido a las
respuestas obtenidas que permitió profundizar algunos aspectos relevantes de
los estudios anteriores y aclarar otros, escribimos una propuesta de mejoría, de
acuerdo con las diferentes percepciones, experiencia y contexto de trabajo de
esta área de negocio. Destacamos que, según los encuestados, es urgente la
homogeneización de procedimientos y normativas relativas al mercado de
turismo activo, intentando la uniformización ya en curso en algunos países de
Europa; el desarrollo de modelos de formación específica dentro del sector y la
necesidad de surgir cada vez más proyectos y servicios adaptados al “Turismo
Accesible”.
Tourism is one of the fastest growing sectors in the world and active tourism one
of its fastest growing categories. World countries, in different stages of economic
development, are increasingly prioritizing this type of tourism for market growth
purposes, acknowledging its ecological, cultural and economic value (UNWTO,
2014). These activities are carried out in a very particular environment, linking the
practice of sports to a privileged contact with nature. However, one must not
forget that this kind of practice entails several risks for its participants/clients,
which result from the interaction of several factors and mainly from the scope and
nature of this sort of activities. In this context, it is important to examine and study
the way in which expert companies in active tourism area provide their services
in the market, trying to identify the parameters and constraints which determine
the quality of the services they render, and subsequently propose improvements
in processes and procedures.
The present research is divided in four studies, whose methodology was adapted
to each specific analysis and respective population.
In the first study, the HEVA Questionnaire (Mediavilla 2010) was adapted and
validated from Spain to Portugal. The achieved results of the analysis which was
carried out by experts in the field and applied to a trial/pilot group, enabled the
validation of this instrument for Portugal. The quality parameters were adapted
and are applicable in equal terms both to Portugal and to other European and
Latin American countries, according to the most recent research (Mediavilla et
al., 2014).
The aim of the second study was to analyze active tourism entrepreneurs’
perception of the quality indicators of the services rendered by companies
operating in the area. With that end in view, the validated HEVA questionnaire
(Bento, 2013) was applied to a set of 183 Portuguese active tourism companies.
A descriptive and inferential statistical analysis made it possible to characterize
the profile of the companies which participated in the study, as well as the most
and the least valued factors in the several domains and parameters which
determine service quality indicators. Among other results, the study showed the
recent growth of this sector in Portugal, as most of the companies which
participated in the study have been operating for less than 10 years. They are run by one or two partners, and the great majority operate throughout the year,
despite the sector’s seasonality. On average, they market up to 10
activities/products. Most of the respondents do not have fixed headquarters but
carry out and diversify their operation over a certain territory/geographical area.
They usually have up to two full-time employees and take on temporary staff
when necessary. Also worth mentioning is the fact that 70.5% of the respondents
classify/insert their activity and daily business management in the tourism area.
As far as the quality parameters in the HEVA questionnaire are concerned,
Portuguese entrepreneurs highlight the importance of briefing the client about the
characteristics of the activity, most notably those pertaining to risk
management/minimization. They also emphasize the importance of human
resource specialization/expertise and motivation for the success of the operation,
and try to minimize staff turnover.
The third study tried to take in and compare the opinion of Portuguese active
tourism entrepreneurs with that of their counterparts in other a geographical
contexts. Using both Mediavilla data (2010) and those of the second study of the
present thesis, we analyzed the main ideas/feedback of managers from Portugal,
Italy and Costa Rica, who took part in the study.
Descriptive analyses of the total sample (N=265) were carried out, according to
the available data, comparing the results obtained in the different countries and
contexts. One aspect that stands out is Costa Rican companies’ maturity and
experience when compared to the others. On average, the companies from the
different countries considered offer up to 25 differentiated activities/products. As
far as service quality parameters are concerned, the opinion of the respondents
in the four countries considered converges on the following aspects: expert
training in the area; specific knowledge of aspects pertaining to security and to
each service’s norms, as well as to the implementation of quality systems and
procedures, which may help develop and market new products and services.
This, they believe, will make it easier to adjust the services provided to the reality
of each company, thus making it more competitive.
Lastly, in the fourth study, a qualitative methodology was applied by means of
written interviews to a group of Portuguese active tourism entrepreneurs,
selected through the non-probability sampling method, as propounded by Vallés (1997). After analyzing the contents of the obtained responses, which allowed to
reach a deeper understanding and/or the clarification of some relevant aspects,
a proposal for process improvement was drawn, taking into consideration the
different perceptions, experiences and work contexts of this business area. A
noteworthy aspect is that, according to the respondents, it is urgent to
homogenize procedures and norms related to the active tourism market, trying to
follow the regulation/standardization processes already under way in some
European countries. Other aspects worth mentioning are the development of
specific training models within the sector and the need to implement a greater
number of projects and services adapted to “accessible tourism”.